Fraturas da clavícula: mudança no paradigma de tratamento

Nuno Alexandre Oliveira Jesus, 2016

Introdução: As fraturas da clavícula representam 2,6% de todas as fraturas do organismo e são maioritariamente tratadas de forma conservadora. No entanto, devido aos excelentes resultados que a osteossíntese com novos modelos de placas moldadas, bloqueadas e de baixo perfil apresentam, existe uma tendência atual para alargar as indicações cirúrgicas, nomeadamente nas fraturas do terço médio com desvio.
 
Material e Métodos: A informação foi obtida recorrendo à pesquisa na base de dados Pubmed dos seguintes termos: “clavicle”, “fracture”, “treatment” e “complications”. A pesquisa foi restringida a artigos em inglês/português, posteriores a 2000. Procedeu-se, à inclusão de 20 artigos com data prévia à definida, pela singular relevância ao tema. Após seleção, a partir do título e abstract, foram analisados 51 artigos.
 
Resultados: O tratamento das fraturas da clavícula reparte-se entre o conservador e o cirúrgico. A abordagem inicial - conservadora - limita-se à imobilização associada a reabilitação. Na cirúrgica, apesar de existirem indicações definidas, ainda subsiste alguma controvérsia sobre a inserção de novas indicações.
 
Discussão: O tratamento conservador é, normalmente a primeira escolha, contudo, a escolha terapêutica deve ser individualizada. Apesar do tratamento conservador apresentar resultados satisfatórios, o tratamento cirúrgico deverá ser considerado, pois apresenta melhor prognóstico e menor taxa de complicações – 14% de pseudartrose após atitude conservadora e 1.7% após cirúrgica - permitindo uma melhor recuperação, principalmente nas fraturas com desvio do terço medio.
 
Conclusão: O tratamento das fraturas claviculares com reduções abertas e fixação interna com placas moldadas e bloqueadas deverá ser encarada como excelente terapêutica pelos seus melhores resultados comparativamente à terapia conservadora.


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